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Gestão de Pessoas filme a Fuga das Galinhas no contexto das Organizações: o confronto de lideranças a fusão de um novo modelo de gestão

O filme “Fuga das Galinhas” é um contexto riquíssimo para debatermos o cotidiano das empresas e seus desafios organizacionais tanto em termos de gestão de pessoas, quanto em termos administrativos e de fatores ligados ao empreendedorismo. Sem contar que é um filme divertido que agrada tanto adultos quanto as crianças.

O filme é ambientado em um contexto de situação extrema: um campo de concentração. Muitas empresas se sentem exatamente nesta situação quanto a questão é produtividade e inovação para o mercado. As nossas personagens passam por isso. Elas estão confinadas e são obrigadas a serem “produtivas” mesmo em condições de extrema pressão onde o único elemento motivacional é a morte (no caso das empresas é a demissão). Se não produzir morre e nas empresas é se não produzir será demitido. Os donos simplesmente querem aumentar a produtividade.

Há uma constante vigilância e cobrança milimétrica a respeito da produção sem qualquer respaldo por parte dos donos. Sem piedade! Dentro deste contexto as galinhas produzem e se organizam para produzir melhor. Por outro lado temos um grupo se auto-organizando para tentar “fugir” do galinheiro. Este grupo é liderado por uma galinha chamada Ginger. Ela é o tipo de funcionário muito dedicado e muito inteligente, mas que não uma visão ampla do processo. Auxiliada por uma galinha que é a caricatura do Engenheiro de Produção ela executa uma infinidade de planos de fuga que nunca dão certo. Ela convoca reuniões, faz assembléias traz o pessoal a discussão, mas nunca sai nada. É a caricatura daquele líder que quer debater tudo, mas em um nível bem acima de seus correligionários…

A Ginger é tipo mais comum de “pessoa inteligente”. Muitas pessoas que chegam ao comando de equipes e departamentos hoje tem esse perfil. Elas acham que trabalham em equipe porque as outras pessoas as escutam, mas não percebem que nunca contam com uma colaboração motivada das pessoas. As pessoas vêem, mas não se envolvem. O envolvimento é o primeiro termômetro da liderança. Estar à frente do processo não é conduzir o processo. Ginger sempre esta a frente do processo, mas não percebe que não conduz nada. O resultado que ela alcança é desastroso. Na sua visão parte da culpa (grande parte da culpa) é das pessoas que não se envolvem e não colaboram com o plano de fuga.

Ela se frustra, tem acessos de raiva e se sente cada vez mais isolada. Ginger acha que as galinhas são apáticas a situação em seu redor, quando na realidade elas são apáticas porque não vêem esperança e não tem liderança efetiva. Sem liderança efetiva as pessoas dificilmente se mobilizam para algo. É preciso que elas tenham esperança. E eis que a esperança surge dos céus! Literalmente. O galo galã chamado Rocky desce no galinheiro. Ele é um galo de palco. Um galo de circo! Ele é acostumado a empolgar platéias. Logo ele se estabelece como uma nova liderança. Ele é uma liderança especializada em dar esperanças.
É a liderança emocional que as galinhas tanto esperavam. Ele logo parte para criar unidade entre as galinhas. Ele faz exercícios em grupo, faz com que as galinhas se entrosem e vejam que são um grupo e não um agrupamento. A liderança que é baseada no carisma (ela é essencialmente emotiva) ela tem esse poder de dar liga as pessoas. Ginger acha que as pessoas só vão ter liga com elementos concretos, mas Rocky sabe que não é assim. As galinhas precisam se conhecer primeiro para poder fazer algo juntas depois.

Essa situação é muito parecida com aquela em que as empresas criam situações de entrosamento: alugam uma quadra para jogar futebol, um salão de festas, uma chácara no final de semana, um teatro etc. É o que se chamava de confraternização. A confraternização visava dar as pessoas “intimidade”. Falar sobre seu cotidiano e sobre sua vida pessoal coisa que no horário de expediente não dava para fazer. Elas se conhecem e criam sentimentos umas em relação as outras. Criam afinidades e isso é super importante na hora em que elas vão enfrentar um desafio coletivo.

O Galo Rocky tem essa visão, mas Ginger não. Ela acha que o objetivo em si é que cria liga e não coisas superficiais como sentimentos em comum. Não demora para o conflito se estabelecer. Veja que Rocky (através destes elementos cotidianos e integradores) consegue fazer as galinhas se motivar a voar. Coisa que elas nunca fizeram. Isso equivale a sonhar alto. Sonhar com metas ousadas. Mas, Ginger não conseguiu fazer com que elas se motivassem a pular uma cerca durante anos. Ela deu planos medíocres e simples e as pessoas (galinhas) simplesmente não acreditaram. Outra coisa, Ginger separava bem os “fazedores de planos” (Ela e seu gênio engenheiro quatro olhos) e os “executores de planos” (as demais galinhas). Isso cria uma barreira forte no grupo. O Rocky já fazia o contrário: tratava todas como iguais! Mais do que isso: tratava elas como galinhas especiais. Isso é Gestão de Pessoas!

Mas, neste meio tempo de conflito entre lideranças surge um problema: a máquina de tortas. A existência da máquina de tortas exige uma medida urgente e prática de ambos. Se de um lado Rocky (com sua liderança carismática e emotiva) conseguiu melhorar o ambiente de trabalho e dar liga para o grupo de outro lado ele ainda não conseguiu resolver o problema crucial: fugir do galinheiro. É justamente aquela situação onde a empresa tem um bom ambiente de trabalho, mas não consegue ser objetiva quando ao mercado externo. Se ela não consegue resolver isso é uma empresa falida, uma bela, coesa e muito alinhada empresa, mas falida. Esse sempre é o ponto onde a liderança carismática peca. Ela motiva, mas não resolve. Diante da situação Ginger e Rocky resolvem unir forças. Ela reconhece que as pessoas precisam de algo mais do que um objeto para seguir o líder e ele reconhece que o fato de ele “saber conduzir” no o isenta buscar responder a questão “conduzir para onde”.

A construção do “avião” é a união destes dois elementos: planejamento técnico e sonho motivador. O sonho das galinhas de voar continuou, mas a técnica (a objetividade) foi que viabilizou esse processo. Mas, veja que as galinhas tiveram que ter um sincronismo fantástico para levantar vôo (elas tinham que pedalar todas ao mesmo tempo fazendo movimentos para a esquerda e para a direta ao comando do galináceo) e como elas conseguiram esta sincronia: naqueles exercícios cotidianos e bobos onde Rocky fazia com elas se exercitassem em grupo. Sem Rocky a Ginger nunca teria conseguido. Mas, ao mesmo tempo, Rocky jamais teria conseguido fazer aquelas galinhas gordas voarem. Foi preciso a fusão dos dois tipos de liderança.

Deixar as pessoas soltas para conversar e se entrosar. Não fazer do entrosamento algo meramente objetivo. Em muitas empresas as pessoas só podem se entrosar através de projetos e elementos essencialmente profissionais. É um erro. É a mentalidade da Ginger. Em outros casos a liderança é meramente emocional e deixa as pessoas soltas se entrosando e criando margem para fofocas. Essa é a visão de Rocky! A Gestão de Pessoas tem que melhorar o ambiente de trabalho interno, mas ela tem que estar associada ao impulso pragmático do empreendedorismo. É através destes dois elementos que a administração eficaz se consolida.

Não, o certo é seguir o caminho da fusão entre liderança carismática emotiva (Rocky) e liderança técnica e objetiva (Ginger) sem buscar que ambas estejam exatamente na mesma pessoa. E veja que isso muda tudo. Quando as galinhas chegaram ao seu novo “lar” (podemos entender um novo patamar organizacional) havia todo um ambiente (cultura organizacional) colaborativo que girava em torno do mesmo elemento fundador: se relacionar e aprender de forma objetiva. É possível que ambas visões caminhem juntas de forma paralela ou até sobreposta. O filme dá uma boa perspectiva disso.

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